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Título: Shiyali Ramamrita Ranganathan
Tipo: Citação
Assunto: Ranganathan, Shiyali Ramamrita (1892-1972)


Texto
Shiyali Ramamrita Ranganathan, Shiyali, Índia (1892-1972).
Bibliotecário, matemático e professor universitário indiano, Ranganathan é o autor do Sistema de Classificação de Colon e das 5 Leis da Biblioteconomia.

SHIYALI RAMAMRITA RANGANATHAN

Ranganathan nasceu em uma vila rual na cidade de Shiyali, estado de Tamil-Nadu no sul da Índia em 09 de agosto de 1892. Sua formação em Matemática ocorreu na instituição de ensino superior Madras Christian College onde obteve o seu licenciamento como professor. Ranganathan foi docente em várias institutições de ensino em Mangalore, Coimbatore e Madras. Escreveu vários trabalhos na área de Matemática, muitos deles em História da Matemática.

Em 1923, a Universidade de Madras criou o posto de Bibliotecário para desenvolver e organizar o seu, até então, pobre acervo. Após um processo seletivo em que passaram 900 candidatos, o Comitê de Pesquisa considerou que nenhum dos postulantes tinha formação e treinamento em Biblioteconomia. Ranganathan satisfez o Comitê de Pesquisa preparando-se para a entrevista através da leitura de um artigo sobre Biblioteconomia na Encyclopaedia Britannica. Ranganathan foi aceito à posição de Bibliotecário em janeiro de 1924.

Inicialmente, Ranganathan considerou que a dedicação exigida pelo cargo era intolerável. Após algumas semanas, mais ambientado e compreenddendo melhor a atividade, Ranganathan solicitou dispensa de suas atividades docentes para dedicar-se totalmente à atividade bibliotecária. O bibliotecário solicitou à Universidade de Madras uma viagem de estudos a Londres para aprimorar-se nos conhecimentos e práticas atualizadas em Biblioteconomia.

Ranganathan viajou até a University College London que possuia o único programa de graduação em Biblioteconomia no Reino Unido. Em seus estudos, Ranganathan aprofundou-se nos assuntos afetos à classificação, tema sedutor para sua mente “matemática”, entre eles a popular classificação decimal em que Ranganathan exploraria novas possibilidades.

Ranganathan desenhou, ainda na Inglaterra, a Classificação de Colon que seria refinada em seu retorno à India. Além da Classificação de Colon, o retorno à Índia trouxe em sua bagagem uma profunda paixão pelas Bibliotecas e pela Biblioteconomia e a visão da importância da área para a nação indiana. O bibliotecário retomou a sua posição de Bibliotecário na Universidade de Madras mas também ajudou a fundar Associação de Bibliotecas de Madras que exerceu um ativo “lobby” em prol da implantação de bibliotecas públicas na Índia e criação da Biblioteca Nacional da Índia.

Ranganathan era considerado um “workaholic”. Durante as quase duas décadas em que trabalhou em Madras, Ranganathan realizava jornadas diárias de 13 horas, sete dias por semana. Ranganathan casou-se em novembro de 1928 e retornou ao trabalho logo depois da cerimônia de casamento. Seu casamento com Sarada durou até a sua morte e o casal teve um único filho.

Para consolo de muitos bibliotecários que passam por problemas com as administrações superiores de instituições de ensino superior, Ranganathan retirou-se de sua posição de Bibliotecário da Universidade de Madras após entrar em conflito com o novo Vice-Chanceler da Universidade. Com 54 anos, resignou-se, após um período de depressão, aceitando a docência em Biblioteconomia na Universidade Hindu in Banaras, sua última posição acadêmica, em agosto de 1945. Em Banaras, Ranganatan classificou, pessoalmente, 100.000 itens bibliográficos em 4 anos.

Ranganathan liderou a Associação Indiana de Bibliotecas de 1944 a 1953. O bibliotecário alimentou controvérsias quando a Biblioteca Pública de Delhi optou pela Calssificação Decimal de Dewey em detrimento de sua Classificação de Colon. Ranganathan foi professor hanorário da Universidade de Delhi entre 1949 a 1955 e ajudou a construir o programa de Biblioteconomia da Universidade junto com S. Das Gupta, seu aluno.

Ranganathan mudou-se para Zurich em 1955 onde morou até 1957 por ocasião do casamento de seu filho com uma européia. Quando retornou para Índia, instalou-se em Bangalore onde viveu até seus últimos dias. Ainda em Zurich, Ranganathan abriu mão de sua posição de professor da Universidade de Madras em homenagem aos 30 anos de dedicação de sua esposa, um gesto irônico de retaliação aos muitos anos de perseguição sofrido por ele imposto pela administração da Universidade.

O Centro de Documentação em Pesquisa e Formação em Bangalore foi a última instituição em que Ranganathan atuou (1962 a 1965) servindo como diretor honorário durante cinco anos. Em 1965, Ranganathan foi condecorado pelo governo indiano com o título de “National Research Professor”.

Nos últimos anos de sua vida, Ranganathan teve sua saúde comprometida passando longo tempo confinado em sua cama. Em 27 de setembro de 1972 morreu por complicações decorrentes de bronquite.

Ranganathan é considerado o pai de Biblioteconomia na Índia e sua influência continua em todo mundo. Entre as suas contribuições à Biblioteconomia está o primeiro sistema de classificação analítico-sintético, a Classificação de Colon.

Ranganathan era um autor prolífico e entre as suas importantes obras estão:

As cinco leis da Biblioteconomia (1931);

Classified Catalogue Code (1934);

Prolegômenos à Classificação em Bibliotecas (1937)

Elementos de Classificação em Bibliotecas (1945)

Headings and Canons (1955);


Headings and Canons é considerado um antecessor do Anglo American Cataloguing Rules – AACR (1967).


As cinco leis da Biblioteconomia.


1 Os livros são para serem usados;
2 Todo livro tem seu leitor;
3 Todo leitor tem seu livro;
4 Poupe o tempo do leitor;
5 A Biblioteca é um organismo em crescimento.

(Fontes consultadas: http://www.wam.umd.edu/~aubrycp/project/Pio100cx.html & http://en.wikipedia.org/wiki/S._R._Ranganathan , montagem e tradução livre dos textos consultados – Bibliotecárias.com.br, outubro de 2005)